Por Professor Josimar Ferraz de Araújo
A carta de Paulo aos Filipenses, escrita enquanto ele estava preso em Roma, é conhecida como a “Carta da Alegria”. Nesta carta, Paulo expressa sua gratidão pela oferta recebida da igreja de Filipos e compartilha notícias sobre sua situação na prisão, além de abordar conflitos presentes na igreja. Ele utiliza seu próprio sofrimento como exemplo para incentivar os irmãos a terem o mesmo pensamento e a considerarem uns aos outros acima de si mesmos.
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. O qual, sendo de forma divina, não considerou a igualdade com Deus como algo a ser usurpado. Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.”
A carta de Paulo aos irmãos da cidade de Filipos é conhecida como a “Carta da Alegria”. Ele estava preso em Roma quando a escreveu. A carta foi uma resposta a uma contribuição que ele havia recebido da igreja, que se prontificou a enviar uma oferta a Paulo. Além da oferta, a igreja também enviou um obreiro para cuidar dele na prisão. Tudo isso ocorreu por causa do ensinamento que Paulo havia ministrado quando esteve naquela igreja. Foi em Filipos que Paulo exerceu seus direitos de cidadão romano, quando, dirigido pelo Espírito Santo, teve uma visão de um homem em pé, suplicando: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (Atos 16:9).
Ao chegar nessa colônia romana, Paulo conheceu uma comerciante de púrpura, uma mulher temente a Deus, que orava à beira de um rio. Ele pregou o evangelho a ela e ela aceitou a Cristo e foi batizada, marcando o início da igreja de Filipos (Atos 16:14-15). Durante o tempo em que Paulo esteve na cidade pregando, ele foi atormentado por uma escrava que gerava grandes lucros por meio de adivinhação. Paulo, em oração, repreendeu o espírito de adivinhação, mas acabou sendo preso e conduzido ao cárcere. No entanto, ele não sabia que tudo isso fazia parte do propósito de Deus, que era salvar o carcereiro e sua família.
Após sua prisão, Paulo teve que deixar a cidade de Filipos e retornar a Roma, onde foi preso novamente. A igreja de Filipos enviou o irmão Epafrodito como seu mensageiro para levar uma oferta a Paulo e informar sobre a situação da igreja. Ao tomar conhecimento do que estava acontecendo na igreja, Paulo escreveu à igreja de Filipos por quatro razões: em primeiro lugar, ele expressou sua gratidão pela oferta recebida (Filipenses 4:14,18); em segundo lugar, ele compartilhou notícias sobre a saúde de Epafrodito, que estava gravemente enfermo (Filipenses 2:25-30); em terceiro lugar, ele descreveu sua situação na prisão aos irmãos (Filipenses 2:19ss); e, por fim, ele abordou alguns conflitos presentes na igreja, como contendas (Filipenses 1:27—2:18; 4:2) e heresias (Filipenses 3:1-18).
Paulo utilizou seu próprio sofrimento para promover o evangelho, ao mesmo tempo em que exortava a igreja a ter o mesmo pensamento. O verbo “pensar” (phronein) sugere a ideia de colocar algo em prática, ou seja, caminhar na mesma direção. Além disso, Paulo instruiu os irmãos a considerarem os outros superiores a si mesmos. O verbo “considerar” (hêgeomai) transmite a ideia de uma pessoa supervisionar o outro no caminho ou ser advogado do outro em defesa de sua causa. Dessa forma, Paulo usou o exemplo de Jesus para motivar os irmãos em sua vida cristã.
A carta aos Filipenses revela a profunda conexão de Paulo com a igreja em Filipos, demonstrando sua gratidão pelas contribuições recebidas e seu cuidado pelos irmãos. Por meio de suas palavras, Paulo exorta a igreja a seguir o exemplo de Jesus, que se esvaziou de sua divindade para servir à humanidade. Essa carta é um lembrete poderoso de que, mesmo em meio às dificuldades e conflitos, a alegria e a união em Cristo podem prevalecer, fortalecendo a fé e inspirando a vida cristã.
Referências Bibliográficas
Edição Revista e Corrigida 1995 (RC95), trad. João Ferreira de Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), São Paulo, SP, 1995.
Edição Revista e Corrigida (DO), trad. João Ferreira de Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), São Paulo, SP, 1969.
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